segunda-feira, 16 de abril de 2012

A ansiedade e a fé no fracasso


Em dias agitados e incertos como os que vivemos podemos até encontrarmos justificativas para a ansiedade, parece-nos algo lógico, estou ansioso pois tenho uma conta a pagar; estou ansioso pois farei uma entrevista. Mas será mesmo assim que devemos reagir? Parece que a sociedade moderna espera isso de nós, no entanto nós não devemos obediência à vontade de tal sociedade; obediência às leis sim, porém isso extrapola a esfera legal, é algo auto-imposto, exigido pela família e pelos amigos, sempre escutamos: "deixe de ser ingênuo"; ou "você é mesmo um sonhador"; no dia 1º de outubro de 2010 postei uma menagem intitulada "De que tens se ocupado?"*, nela falei sobre a pré-ocupação e sobre os males que ela acarreta, trouxe ainda à baila este versículo:
Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.(Mt 6:34);
Assim quero ter incitado os queridos a pensar sobre o agora, sobre a nossa área de ação, podemos planejar algo para um futuro mais ou menos distante mas, esse planejamento sempre envolve fé; a fé, define meu grande amigo e pastor Milton Filho, é a firme convicção nas coisas que não se pode ver; então, obviamente todo planejamento envolve fé, afinal agimos agora e, esperamos determinado resultado para nossas ações.

A fé é um assunto que não costumo abordar porque no meu entendimento ela não é essencial a espiritualidade prática**, entretanto ela não é desprezível de forma alguma, sua presença nos prepara psicologicamente para a condição "desejada", escrevo entre aspas pois nem sempre depositamos fé em algo que realmente ou objetivamente queremos para nossas vidas, a ansiedade inúmeras vezes não passa de fé no fracasso, na derrota, na aniquilação de nossos planos; certa vez, em uma reunião de família, uma tia recebeu um telefonema, sua filha contava que, desde o dia anterior, estavam sem água lá em sua casa de praia; minha tia, muito nervosa, fala alto esbravejando: "- Pagamos um IPTU absurdo! Como pode eles estarem lá sem água?". Ela discorria todo o incomodo que é estar sem água em casa, relembrava momentos semelhantes e tentava imaginar como estaria seu neto lá mas, o interessante é que sua filha não mora lá, estava lá a passeio, poderia a qualquer tempo tomar seu carro e vir para casa, o que seria bem rápido porque nem era temporada e a casa é razoavelmente perto; podemos imaginar o desgaste emocional e psíquico causado por preocupações que extrapolam nossa esfera de ação. Nesse caso eu nem chamaria de pré-ocupação mas de super-ocupação ou talvez extra-ocupação, afinal, minha tia se ocupava de um problema que, além de não ser seu, seria facilmente resolvido, caso fosse realmente um problema.

O exercício da temperança, da mansidão, da vida tranquila passa pela fé, sem dúvida; ter fé em dias melhores, em momentos melhores é tão importante quanto não ter fé em problemas, em transtornos e dissabores; fé sadia é o que desejo e emano para todos os meus irmãos/leitores nos próximos dias em meus trabalhos diários.


**Esclareço mais uma vez que não exponho minhas compreensões como verdade;
*A mensagem encontra-se ainda disponível, basta clicar ao lado no ano de 2010.

Pax et Lux !!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Por motivos obvios as postagens serão moderadas evitando assim ataques às pessoas que generosamente se ofereceram para nos ajudar na busca do conhecimento.

Grato pela compreenção.