segunda-feira, 19 de junho de 2017

À vida, do começo ao fim do começo, ao fim do começo, ao fim do começo

do Éter para o denso

do universo para o olho.
do olho para a mente.
da boca para o ouvido.
do papel para o silício.

de alma para alma
Tudo aqui, eternamente agora.
a ciência não é o que se descobre,
mas o que se pensa e, principalmente,
o que se sente sobre o descoberto.



viver é aprender a sentir.
sentir sentido no que se vive.
a condecoração não faz o herói.

o título é apenas suporte.
o livro é apenas suporte.
o texto é apenas suporte.
C6H12O6 é apenas suporte.

a vida está no sentimento;
no movimento;
no inquietamento diante do inexplicável ...

é saber que não se sabe.
é viver que não se cabe.
é amar que não se mede.

...

frater Cognitor

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Sê como tu é (maturidade)

     Algum tempo atrás tive a oportunidade de escrever neste blog sobre o que a vida espera de nós, responsabilidade, ultimamente estive pensando que não poderemos ser responsáveis se não tivermos maturidade; não falo aqui da maturidade de nos acharmos velhos ou dignos de algum respeito, assim como não falo da responsabilidade imputada ou responsabilização, mas sim da obrigação moral que sentimos de responder pelas nossas próprias ações quando atingimos a maturidade, ou seja, a compreensão de que não passamos de um vapor que aparece por um pouco, e logo depois se desvanece.
     Essa maturidade é muito interessante, ela nos liberta das preocupações com o status, com o julgamento alheio, com a aparência e com os problemas que não existem; ultimamente tenho falado muito desse assunto, todo problema tem sua solução, seja ela difícil ou fácil, se você consegue pensar num problema insolúvel, então o que tem em mente simplesmente não é um problema, mas sim um fato; então o que fazemos com fatos? Bem, com fatos convivemos, da melhor maneira possível, e seguimos a vida a pesar deles; essa compreensão é prova de maturidade; pensemos nos atletas pára-olínpicos, perfeitos exemplos do que é a compreensão da diferença entre o problema e o fato.
     É esse tipo de maturidade que devemos perseguir, a maturidade capaz de tornar cada um de nós como o menino, aptos a encararmos um novo dia, um novo desafio, aptos a nos surpreendermos com algo, a experimentarmos o que a vida tem a nos oferecer; a nos machucarmos no caminho mas não nos determos por isso no processo de auto descoberta do nosso lugar no mundo e do nosso mundo no lugar, o menino sabe intuitivamente; o processo de tolhir o "olhar" analítico, de adequar o comportamento, de alocar aquele indivíduo num nicho da sociedade mina paulatinamente a capacidade de ser e deixar ser quem se é.
     Ele está aí, esse menino interior, apenas aguardando o momento de explorar a vida e rir do que se entende e do que não se entende.

Paz Profunda!
Michel Figueira