quarta-feira, 4 de abril de 2012

Dedic-AÇÃO


Quando estudo os antigos filósofos fico impressionado com a capacidade que tinham de não aceitar respostas prontas, com a aptidão que apresentavam para a busca de uma resposta mais adequada, mais válida, mais completa; por exemplo, gosto sempre de lembrar que Platão foi o primeiro a falar e, portanto, foi quem deu nome a partícula, denominando-a átomo, ele dizia existir um algo indivisível que era base de tudo o que se vê na natureza; no entanto, observe que o microscópio só foi inventado mais de 1940 anos depois! A foto acima é de outro desses malucos beleza que observamos pela história oficialmente registrada da humanidade, René Descartes, considerado o fundador do racionalismo e da filosofia moderna, eis um pequeno excerto de sua mais famosa obra, "O Discurso do Método":

"O bom senso é a coisa mais bem distribuída no mundo, pois cada indivíduo pensa ser tão bem provido dele, que mesmo os mais difíceis de satisfazer em qualquer outro aspecto não costumam desejar tê-lo mais do que já tem. E é improvável que todos se enganem a esse respeito; mas isto é antes uma prova de que o poder de julgar de forma correta e discernir entre o verdadeiro e o falso, que é justamente o que é denominado bom senso ou razão, é igual em todos os homens; e, assim sendo, a diversidade de nossas opiniões não se origina do fato de serem alguns mais racionais que outros, mas apenas de dirigirmos nossos pensamentos por caminhos diferentes e não considerarmos as mesmas coisas. Pois não é suficiente ter o espírito bom, o mais importante é aplicá-lo bem".

Esse pequeno parágrafo abre um leque de idéias incrível, veja a questão da fé sem obra; na última frase desse parágrafo o filósofo diz que não é suficiente ter um espírito bom, porém, aplicá-lo bem, não é suficiente nós querermos o bem, mas fazê-lo; não é suficiente nós querermos um emprego melhor, mas agirmos para tal; não é suficiente nós sabermos que existe uma dimensão espiritual, mas conhecê-la; não é suficiente nós acreditarmos em Deus, mas vivê-lo. Exemplificando, certa vez na faculdade um professor disse que os funcionários de nossa empresa deveriam saber que existe um plano de gestão da segurança, eu discordei e disse que eles deveriam conhecer, não só saber que existe um plano, ao que ele repudiou dizendo que seria a mesma coisa, saber e conhecer, então eu lhe perguntei se ele sabia onde está a Torre Eiffel, ele disse sim, claro, em Paris, na França, eu perguntei o que ele acha da textura do metal que a compõe . . .

Viver o espiritual vai alem do saber que ele existe, vai alem de prestar culto, participar de liturgias ou comemorar datas, buscar o espírito é um exercício diário, constante, é ser ético, coerente consigo mesmo, é ter responsabilidade social, e reconhecer-se no marginalizado.

Dediquemo-nos todos a essa sagrada obra!

Namastê .'.

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