segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Tolerância, opinião e sabedoria


Ter opinião parece uma exigência, devemos concordar ou discordar, devemos gostar ou não, achar bom ou ruim, mas porque temos essa obrigação? Arrisco dizer que é por conta de vivemos na era da informação e, como todos temos a informação, devemos fazer algo com ela, tomarmos partido. Talvez tenhamos uma ou duas alternativas, talvez possamos simplesmente entender que não dispomos de informação suficiente para tomar alguma decisão, ou talvez possamos dizer que, e eu digo isso sempre, agora eu entendo assim, mas posso mudar completamente de ideia daqui a um momento; com essas informações chego ao assunto do respeito a opinião alheia.
Tolerância não é um termo que acredito adequado ao assunto, quem tolera é de alguma forma superior, permitindo que algo inferior se manifeste; prefiro entender que devemos é respeito e consideração, respeito porque a opinião alheia foi gerada a partir da experiência pessoal do indivíduo, e esse individuo tem o mesmo direito que nós ao seu próprio entendimento; consideração porque essa experiência pessoal pode ser tão ou mais interessante que a nossa própria, por isso devemos considerar e sermos serenos ao tomar nossas posições em relações a assuntos delicados, principalmente quando em discussão que pode atingir pessoalmente outrem; quem fala pouco erra pouco, esse é um adágio comprovadíssimo, portanto aconselho que sejamos modestos, evitando tomadas ostensivas e definitivas de posição, podemos mudar e opinião e então estaremos presos pela palavra, por nosso próprio ego que tenta nos impedir de voltar atrás, lembro as palavras do evangelista Mateus, no versículo 11 do capítulo 15 de seu livro: "O que contamina o homem não é o que entra pela boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem". Outra questão interessante é que essa serenidade não deve ser confundida com apatia, não devemos ficar "em cima do muro", existem situações que demandam posição, ação, resposta imediata, é aí que devemos ter sabedoria, resolvendo os assuntos de forma a possibilitar que eles permaneçam resolvidos e não se tornem outros problemas.

2 comentários:

  1. Parece uma parábola, mas acontece todo dia: a gente só tem olhos para o que mostra a nossa janela, nunca a janela do outro. O que a gente vê é o que vale, não importa que alguém bem perto esteja vendo algo diferente.A mesma estrada, para uns, é infinita, e para outros, curta. Para uns, o pedágio sai caro; para outros, não pesa no bolso.
    Boa parte dos brasileiros acredita que o país está melhorando, enquanto que a outra perdeu totalmente a esperança. Alguns celebram a tecnologia como um fator evolutivo da sociedade, outros lamentam que as relações humanas estejam tão frias. Uns enxergam nossa cultura estagnada, outros aplaudem a crescente diversidade.
    Cada um gruda o nariz na sua janela, na sua própria paisagem.Eu costumo dar uma espiada no ângulo de visão do vizinho. Me deixa menos enclausurada nos meus próprios pontos de vista, mas, em contrapartida, me tira a certeza de tudo. Dependendo de onde se esteja posicionado, a razão pode estar do nosso lado, mas a perderemos assim que trocarmos de lugar. Só possuindo uma visão de 360 graus para nos declararmos sábios.
    E a sabedoria recomenda que falemos menos, que batamos menos o martelo e que sejamos menos enfáticos, pois todos estão certos e todos estão errados em algum aspecto da análise. É o triunfo da dúvida."

    Co carinho Cris Lann

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    1. Grato Cris, pela bela contribuição, disse muito bem "É o triunfo da dúvida"!

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