terça-feira, 12 de julho de 2011

A mística da palavra escrita em versos.

A palavra escrita tem seus rigores, seus métodos, suas leis; me intriga o verso pois este quebra um certo tanto de normas e, parece que perdendo a lógica toca no mais profundo da alma caótica do homem. Em pesquisa por este mar de informações conflitantes e cativantes encontrei estes singelos versos atribuídos ao Ir.'. ANTÔNIO PADILHA DE CARVALHO*, esses me tocaram portanto, compartilho-os com os queridos:


VIDA RITUALÍSTICA


Sigo uma ritualística já prescrita,
vida é vida.
Mosca vive alegre no lixo!
Vida litúrgica é pra gente obediente,
ritual é grade,
repetições, repetrições...
Ações repetidas, gente comandada.
E se o mundo parar?
Rã parece humano,
macaco perde longe.
Pesco rãs com garfo.
Rã nú gesticulando é quase humano.
Garfo é lança,
fome é crime,
como as rãs e a fome some.
Quem afinal comeu aquele galo do remorso?
Aquele que cantou depois que Pedro negou Jesus por três vezes.
Depois o traidor ainda é Judas,
Judas, com o beijo, apenas confirmou quem era o Chefe,
quem era o Grande,
quem era o Cristo,
quem deveria ser preso.
Preso?
Não como mais rãs,
nem aceito hóstias,
virei vegetariano,
mas confesso que tenho vontade de comer macaco,
em todos os sentidos...
Faz parte da ritualística!

Antônio Padilha de Carvalho



Me fez pensar no ritual de "engolir sapo de pernas arreganhadas" ao qual se referia Agildo Ribeiro, nos rituais aos quais nos entregamos, sem questionar, para estarmos em "sintonia" com a vida moderna, o cartão de crédito que se cuide !
Um amigo falou que o anticristo está prestes a surgir, respondi: ele já surgiu, e seu nome é capitalismo! "- E qual é então seu sinal?" perguntou-me, ao que respondi: o endividamento, observe nada nem ninguém escapa ao sinal da besta do capitalismo! Indivíduos devem, empresas devem, governos devem, países devem, até a igreja deve! Como pode um sistema, o capitalismo, sobreviver se depende para isso da superação da captação de recursos período a período? Os recursos se esgotarão! Quem alimentará então essa fera? O suor, o sangue, a carne, a família de quem trabalha.

Uma idosa morreu após ficar 5 dias à espera de uma vaga em hospitalpúblico.
Mais um paciente morre na fila de hospital no Rio.
Diarista do governador do Rio morre na fila do hospital.
Bebé morre após 3 horas de espera.

Estes são os resultados ao pesquisar no Google a frase "morre em fila de hospital", por isso sempre digo que o representante do povo que faz mal uso do cargo que lhe foi confiado deveria ser CONDENADO por homicídio DOLOSO, sim doloso afinal se eu desvio o dinheiro da saúde é lógico que alguém irá morrer pela falta de investimento no setor.


É aí que entendo que morremos também por falta de cultura e educação. Já pensamos em porque não nos ensinam em colégios públicos e particulares a expressão por escrito? pedindo oralmente o não e simples, definitivo mas, por escrito, ele retorna sonoro, embasado e passível de ser analisado por terceiros. É a mística da palavra escrita, enquanto que espiritual e psiquicamente a palavra não volta vazia, fisicamente sim ela, a palavra falada pode voltar vazia, eis tantas promessas de campanha! Porém, fisicamente, por escrito, a palavra dificilmente voltará vazia, talvez demore ou a resposta não seja a que pleiteávamos, mas ela veio assim, clamo a todos que aprendamos a fazer uso da mística da palavra escrita!


Pensemos nessas questões afinal, elas fazem parte do arcabouço de desafios que nos foram confiados e, logicamente, requerem de nós atenção, meditação e ação.

Pax et Lux !!!



*Não foi possível confirmar a autoria do texto.

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