segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

A senda espiritual




O caminho místico, caminho solitário e tortuoso, de muito trabalho, duvidas e questões.

Porque será que, em sã consciência, uma pessoa busca, geralmente durante muito tempo, e depois assume, cônscio dos desafios, essa caminhada ?

Acredito que é pela desconfiança de que há algo além, algo melhor, maior, mais interessante e aprazível que todos os tesouros e delícias deste mundo; o mistico, iniciado, verdadeiro homem-espírito, vive o hoje como se fosse o amanhã (algo do tipo tratar o que não é como se já fosse), a destra de Deus conduz seus passos, ele caminha sob sua mão esquerda, os anjos são seus pares, silenciosos companheiros guardam velados seus caminhos, os demônios tramam tragar-lhe mas, retiram-se ante sua autoridade; ele responde única e exclusivamente por seus atos, resigna-se sempre a colher o que plantou; sua vida é eterna aventura, aprender é sua sina, aplicar sua máxima.

Tenho a grata satisfação de conviver com pessoas assim, tanto em casa como no trabalho, desfruto da presença de pessoas espiritualizadas, por isso, hoje quero fazer um breve relato de experiências e conclusões que puder viver e tirar desse convívio. Essas pessoas são normais, elas acordam cedo para trabalhar, tomam ônibus, vão comer pizza, bebem e as vezes até se embriagam; tudo isso já presenciei, presenciei também fenômenos raros, saberes vindo de lugar algum, respostam a perguntas não verbalizadas, encontros não marcados, mas de tudo que eles me ensinaram o mais importante foi amar o próximo, isso não quer dizer aquele ideal de santidade que geralmente temos, amar ao próximo é prática, não é uma filosofia ou conduta falaciosa, é aplicação, é ética, é responsabilidade; é gritar quando se deve, mesmo que se acredite que ninguém irá ouvir; é cumprir o dever da melhor forma possível, independentemente do merecimento alheio; é ser luz no mundo, sal da terra.

Amém . . .

Não bebo mas, também não pago a quem devo; não uso bermudas mas, falar mal de outro é meu esporte; não deixo de frequentar a minha religião um dia, mas sou um estranho agressivo na minha própria casa; não falo palavras de baixo calão mas, desejo a morte a todos os que não adoram ao meu deus.

Lembro o Mestre, ele não veio ensinar a viver separado fisicamente mas, ensinou a ter o sentimento puro e pleno de amor ao criador e à criatura, quando muitos esperavam por um mestre que compartilhasse de seus ideais egoicos, que reconhecesse seus títulos, que fosse segundo sua própria vontade, Ele foi humilde, sentou-se com pessoas humildes, pobres, doentes, proscritos e até hereges, eles o reconheciam mestre porquanto tinha cumprido toda a lei, no entanto, sua interpretação dura, desprovida de amor, não admitia que tantos recebessem tanto ou mais que eles próprios, por isso tramavam contra o Mestre.

Tal é o caminho do adepto, individual, silencioso, laborioso, cheio de pequenas realizações, mas de grandiosos desafios.

Namastê

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