quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Agora e na hora de nossa morte.

Algumas considerações sobre esse fenômeno que iguala todos os seres que, nascidos em igual mistério, deixam-se, ao longo de uma vida de ilusões sensoriais, enganarem-se por honras, títulos, condecorações, classes, castas e etc.
A pouco mais de um ano passei pela experiência de estar por um mês e dez dias num hospital, acompanhando minha esposa que estava doente, ali naquele local de dores, sofrimentos, esperança, desespero, alegrias, tristezas, angustias e principalmente incertezas; ali observei pessoas lutarem pela vida até o último instante, sem jamais se entregarem; observei as dificuldades de libertarem-se de hábitos nocivos adquiridos ao longo de uma vida, casos nos quais pessoas morreram angustiadas e sem conseguirem exprimir amor ou receber a compaixão de filhos e filhas nem mesmo no último minuto; observei pessoas entregarem-se nos braços da morte e definharem em três dias como uma planta frágil ao sol do deserto. Este mês chegou a minha vez de sentir a realidade de um leito de hospital, onde estive entre os dias 05 (cinco) e 12 (doze), com a graça do Deus Eterno não houve dor ou sofrimento exacerbados para mim mas, foi uma semana de profunda reflexão, senti-me extasiado ao receber o carinho de pessoas da família e, sobretudo, de colegas de trabalho e irmãos de Ordem, senti também a tristeza de tomar conhecimento de comentários maldosos de um "colega"; num balanço geral sobre todo o processo mais uma vez me vi tremendamente abençoado. Vamos as considerações:
Tive a grata vantagem de poder sair do leito e andar pelo corredor e quartos da enfermaria, isso me dava muito vontade de melhorar, ao passar uma palavra, uma "força" aos outros colegas de internação me fortalecia e afastava aquela ansiedade em ter alta e poder ir embora, afinal haviam pessoas em situação pior, encarando com dignidade seu processo de cura, claro ter alta seria ótimo mas ajudar e ver aquelas pessoas passarem por momentos de superação e extrema coragem me fortalecia e animava então, comecei a refletir sobre a hora da morte, o título desta postagem lembra uma fórmula, uma oração muito utilizada em determinada religião, fiquei pesando como nesta e em tantas outras, assim como pessoas das mais variadas formações culturais, intelectuais e sociais, Vêem neste assunto um tabu, revelando um medo e superstição ao tratá-lo, aquele sentimento de extremo respeito (pavor), então convido aos meus estimados leitores a também refletirem sobre o assunto, algumas dicas para iniciar: será que a maneira de viver, como tratar seu corpo, como tratar com outras pessoas pode interferir no derradeiro momento? Será que uma crença religiosa ou estudo filosófico pode fazer diferença no momento da morte? Pensar no assunto pode adiantá-lo ou retardá-lo?
E por aí em diante, lembrem-se todos vamos encarar esse momento assim como todos nascemos. A Paz !!!

2 comentários:

  1. Olá Frater. Não sabia que esteve nestas condições que acabara de contar. Espero que quando ler o que aqui escrevo esteja tudo perfeitamente "nos conformes". Embora nunca tive em situações semelhantes, já refleti muito sobre o assunto quando tive minhas crises epiléticas. Devemos levar sempre em cosideração o assunto, claro, mas de forma racional onde se surja uma reflexão sobre o nosso evoluir.
    Excelente Post. Estava com saudades de teus posts.
    Saúde!
    P.P.
    Frater Anderson

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  2. Está tudo bem agora frater, agredecido.
    Paz Profunda !

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